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Lockdown Recife: Teremos Outro Lockdown na Cidade?
Ainda se recuperando da pandemia de covid–19, que deixou centenas de milhares de vítimas em nosso país, e causou danos em diversas estruturas em todo o mundo, o Brasil, assim como o restante do planeta, adotou medidas preventivas na tentativa de impedir que a doença se espalhasse ainda mais.
O uso de máscara, distanciamento social foram algumas das medidas adotadas, assim como o fechamento dos serviços não considerados essenciais. Porém, uma medida extrema que muitos estados e cidades adotaram foi o Lockdown.
Recife foi uma dessas cidades e se você quer saber mais sobre como essa medida preventiva foi implantada e quais os desdobramentos dela para uma das maiores cidades do nordeste brasileiro, continue a leitura desse texto.
O que é Lockdown
Um lockdown é um protocolo de isolamento que geralmente impede o movimento de pessoas ou cargas. Os bloqueios também podem ser usados para proteger pessoas ou, por exemplo, um sistema de computador contra uma ameaça ou outro evento externo.
O lockdown da pandemia de coronavírus foi um protocolo de emergência que impediu as pessoas de deixarem suas casas para realizar atividades não essenciais. O objetivo foi reduzir o número de pessoas em circulação e, consequentemente, controlar a propagação do vírus.
Essa foi uma medida mais séria imposta pelos governantes quando as medidas preventivas anteriores não foram totalmente eficazes no controle da infecção.
No Brasil, medidas restritivas foram impostas pelo governo relevante em cada estado. Nos estados onde o lockdown foi introduzido como parte da estratégia, a circulação de pessoas em locais públicos foi restringida e todo estabelecimento que não fosse considerado essencial permaneceu fechado, havendo uma exceção para supermercados, farmácias e hospitais.
A maioria dos países implementou o lockdown como estratégia de combate ao coronavírus. Alguns países como Nova Zelândia, Tailândia, Austrália, Ruanda, Cuba e Vietnã deram grandes passos após o bloqueio e estão reconstruindo suas economias.
No Brasil e em outras partes do mundo, o lockdown não obteve tanto êxito e as taxas de contágio e número de vítimas continuou a subir conforme cada nova onda de contágio.
Quando foi o Lockdown em Recife
O estado de Pernambuco, assim como a cidade de Recife, enfrentaram o lockdown em mais de um momento durante a pandemia do coronavírus.
Sendo que, na primeira delas, o Governo de Pernambuco, após análise do Comitê de Combate à Covid-19, anunciou no dia 1º de março de 2020 o Lockdown, com a proibição de atividades não essenciais das 20h às 5h, de segunda a sexta-feira em todo o estado.
Além disso, apenas os serviços essenciais podiam funcionar aos sábados e domingos. Clubes, praias e parques também permaneceram fechados nos finais de semana. No entanto, apenas atividades esportivas individuais eram permitidas nas praias.
As medidas anunciadas pelo governador Paulo Câmara entraram em vigor na quarta-feira 03 de março de 2020 e valeram até 17 de março do mesmo ano.
Na época o governador falou o seguinte em seu pronunciamento: “Passamos o final de semana monitorando os dados da pandemia. O trabalho continuou nesta segunda-feira e, infelizmente, o cenário só se agravou, mesmo com a abertura de novos leitos de UTI. Estamos agora com 93% de ocupação em nossos leitos de terapia intensiva, e nada aponta para a melhora desse quadro. A contaminação e a hospitalização decorrentes da Covid-19 estão em aceleração, e precisamos reduzir o contato social para frear essa escalada dos números”
O governo de Pernambuco decretou isolamento em Recife, pela segunda vez, no dia 16 de maio de 2020, com duração de 15 dias devido ao coronavírus e 68% dos óbitos causados no estado que aconteceram na região da cidade.
Além da obrigatoriedade de uso de máscara, agora também são impostas restrições à circulação de pessoas e veículos. O governo do estado não usa o termo utilizado no termo lockdown, mas o regulamento de quarentena proibia sair de casa desnecessariamente.
Desta vez entre as medidas anunciadas, está também o rodízio de veículos e a sanitização de ruas, na tentativa de diminuir a circulação e de eliminar qualquer resquício do vírus mesmo em ambientes vazios e abertos.
No segundo pico da pandemia, os governos dos estados adotaram novamente medidas restritivas na tentativa de conter o avanço do vírus. Novamente, alguns estados brasileiros adotaram o lockdown como opção.
Na época, o governo de Pernambuco decretou um novo período de detenção para todo o estado. Devido ao aumento do número de infecções causadas pela Covid-19, o governador Paulo Câmara anunciou que adotaria medidas mais rígidas de confinamento nas comunidades, a partir do dia 18 de março de 2021, restringindo o funcionamento completo de uma série de serviços.
A câmara de deputados disse na época, justificando a decisão do governador: “O número de casos e de mortes continuam subindo. A pressão sobre o sistema de saúde também. A mais grave penalização é perder vidas e a nossa maior missão é protegê-las. Adotamos novas medidas sociais e econômicas, buscando reduzir o impacto da pandemia, mesmo diante de uma crise que também atinge o governo”.
Ao que o governador também disse embasando a sua escolha: “Não se pode medir esforços quando se luta pela vida. Queremos fazer o Estado e o país voltarem à normalidade. Não há mais alternativas neste momento. Estamos em um novo pico da crise, em ameaça crescente. É preciso reverter essa tendência para proteger cada vida e vencer”.
Durante esse período a cidade de Recife deixou de contar com os seguintes serviços:
- serviços de bares e restaurantes;
- shoppings e galerias comerciais;
- óticas;
- salas de cinema e teatros;
- academias;
- salão de beleza e similares;
- comércio varejista de vestuário, calçados, eletroeletrônicos e linha branca, cama, mesa e banho e produtos de armarinho;
- escolas e universidades (públicas e privadas);
- clubes sociais, esportivos e agremiações;
- práticas e competições esportivas; praias, parques e praças;
- ciclofaixas de lazer, eventos culturais e de lazer, além dos sociais.
E continuou a contar com os seguintes serviços considerados essenciais:
- supermercados;
- padarias;
- farmácias;
- postos de combustíveis;
- petshop;
- clínicas, ambulatórios e similares;
- bancos e lotéricas;
- transporte público;
- indústrias, atacado e termelétricas;
- construção civil; material de construção;
- materiais e equipamentos de informática;
- lojas de materiais e equipamentos agrícolas, oficinas e assistências técnicas e lojas de veículos.
Na época, o estado de Pernambuco ao todo já contava 317.528 casos da covid-19, com 11.383 mortes, tornando essas medidas as mais sensatas, visando a segurança e o bem-estar da população em geral.
Como foi o Lockdown em Recife
Ainda que as medidas tivessem como objetivo a diminuição de propagação do vírus, diminuindo assim também o número de pessoas infectadas e o número de mortes, a sua implementação em Recife, assim como na maioria das grandes cidades do país, foi marcada por dificuldades e irregularidades.
O Prefeito da cidade chegou a afirmar na época que a ausência de unidade nacional e a desigualdade social são os principais fatores apontados como particularidades da crise do coronavírus no país. Fatores esses que serviam como empecilho para a implantação de um lockdown totalmente efetivo.
Para o prefeito, o que diferenciou o Brasil de outros países do mundo foi a completa falta do senso de unidade, tanto para os governos quanto para as pessoas em geral.
Segundo o mesmo “Na maioria dos países, existe uma unidade nacional contra o coronavírus, a ação conjunta dos governos nacionais, regionais e locais locais tem sido uma marca principal do combate à pandemia”.
No Brasil, segundo o prefeito, há muitas diferenças: era somente agravada pela forma como os governantes e a população do país estavam agindo. Já parte dos principais líderes estavam pregando contra o lockdown e parte da sociedade estava negando a pandemia. O Brasil era país com governos agindo em direções opostas. e com a população dividida e isso se refletia em todos os cantos do território nacional, incluindo naquela que era uma dos maiores PIBs nacionais, a cidade de Recife
Isso deixava claro que o “lockdown” (fechamento completo) em Recife só seria aprovado e adotado completamente em Recife se todas as condições do país mostrarem que a medida de redução de infecções era realmente efetiva, para que o decreto seja efetivamente respeitado pela população.
“Não há dúvida de que o fechamento total afetará o contágio. A questão é como operar esse fechamento com máxima eficiência em um país dividido e desigual como o Brasil. Apenas um decreto não será suficiente” afirmou o prefeito de Recife na ocasião.
Ainda vai ter Lockdown em Recife
Apesar de ainda não ter acabado, a pandemia do Coronavirus apresenta índices muitos menores do que os enfrentados pelos brasileiros nos dois últimos anos. Isso se deve, em sua maioria, aos altos índices da adesão à vacinação, que ajudou a diminuir o contágio e o número de mortes.
Tendo isso em vista, e sabendo que por enquanto os números da pandemia seguem diminuindo, a probabilidade de um novo lockdown em Recife é muito baixa.
Ainda assim, vale a pena dizer que, isso não é motivo para que as medidas de proteção continuem sendo tomadas de acordo com a orientação das autoridades e órgãos responsáveis.
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